Depois dos resgates financeiros de 1978, 1983-85 e 2011 era de esperar que o País aprendesse alguma coisa. Uma parte dele aprendeu, exportou mais(muito mais), a balança de bens e serviços(balança comercial) tornou-excedentária, bem como a balança corrente e de capital, ou seja, os desequilíbrios macroeconómicos fundamentais, foram reduzidos, além disso, o défice estrutural teve uma redução estrutural superior a 6% do PIB entre 2011 e 2015, efectuamos reformas importantes no sector do turismo e na administração pública onde se agilizou os processos burocráticos (apesar de ser insuficiente). Saímos do programa de ajustamento em 2014 e com juros historicamente baixos em 2015 a rondar os 1,5% na yield a 10 anos, devido ao esforço que nos saiu do pelo, e da conjuntura favorável da política monetária do BCE. O que se esperava, de um futuro governo, saído das eleições de 2015, seja de direita ou de esquerda, era que continuasse, pelo menos, o caminho de consolidação orçamental de forma sustentável, continuasse e aprofundasse as reformas nos bens transaccionáveis, transferindo recursos dos bens não transaccionáveis para os transaccionáveis, baixasse progressivamente, o IRC, o IVA na electricidade e todo o conjunto de custos de contexto para aumentar a nossa competitividade, aumentando o investimento produtivo e, a prazo, eliminar a depreciação dos nossos bens de produção que estão obsoletos e ganhar economias de escala. O resultado dessas eleições, já todos nós conhecemos, ganhou quem ganhou, e com um mérito notável, mas António Costa decidiu manter viva a sua carreira política em detrimento do futuro do País. Esta miscelânea de Partidos à esquerda, não fez mais que passar de um défice de -2,98% do PIB em 2015 para um défice de -2,1% do PIB em 2016 com medidas extraordinárias, sem o amigo PERES(o perdão fiscal, que a amiga EDP aproveitou), a diminuição do investimento público face ao previsto no OE inicial(depois dos avisos de Bruxelas), e o programa de reavaliação de activos, o saldo orçamental sem medidas extraordinárias, teria ficado acima dos -3% em 2016. O saldo estrutural não mente, a evolução foi nula em 2016. Portanto, o défice mascarado, foi atirado para a dívida, que cresceu perto de 10 mil milhões de euros. Os mercados aperceberam-se do marasmo, os juros a 10 anos a rondarem os 4%, sabendo que sem as injecções do BCE estes ficariam acima dos 6,5%, e o País tinha que ter um PIB nominal( PIB real + Inflação), acima dos 6% pelos menos para suster a sua súbida. Não se projecta que por exemplo a Economia cresça 3% e a inflação 3%(é mais provável), mas nunca, o PIB e a Inflação, em conjunto atingiria valores perto de 6%. Se tivermos em conta que a dívida pública total é de 245 mil milhões de euros a uma taxa de 2,2% a 10 anos quando António Costa chegou era um custo de 5,4 mil milhões de euros, se aplicarmos a actual de 4% já temos um serviço de dívida de 9,8 mil milhões de euros, a Geringonça custou-nos, então, 4,4 mil milhões de euros directamente. O que esse acréscimo de despesa dava para reduzir o IRC para 10% e reduzir para metade o pagamento especial por conta, mantendo,claro, esse quadro fiscal estável, receberíamos “toneladas” de investimento estrangeiro com valor acrescentado e produtivo. Em vez disso, temos um receio atroz dos investidores em investirem no País preocupados com a estabilidade política e com os partidos vermelhos da miscelânea governamental, com os fundamentais da Economia(especialmente com a dívida) e com o quadro fiscal assassino que temos. Não vamos crescer mais que 1,5% com o actual quadro económico mundial, que é insuficiente para reduzir a dívida e, ainda por cima, com um quadro de rigidez nas despesas públicas que hoje temos, pois, todas elas tem tendência de crescimento exceptuando o investimento público que não pode, nunca, ser zero e este modo de “consolidação” em conjunto com os pagamentos em atraso, empurrando com a barriga, vai esgotar-se, talvez o Tetra ajude António Costa a repensar…
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